A responsabilidade social é um conceito amplo, relativo a empresas que além de manterem o seu negócio, se preocupam com o desenvolvimento social de todas as pessoas ou coisas envolvidas em sua cadeia de produção como comunidade, consumidores, meio ambiente, governo, etc. Esse conceito, disseminado a partir da década de 1990, no decorrer dos tempos tem sido distorcido em benefício de pequenos grupos para ganharem vantagem competitiva. Esse tema só começou a ser discutido na primeira década do século XX por Charles Eliot, John Clarck e Arthur Hakley, apesar de não ter evoluído, pois as ideias desses pensadores eram consideradas de caráter socialista.
Foi nos Estados Unidos, em 1953 com o livro Social Responsabilities of the Businessman, escrito por Howard Bowen que o conceito começou a se expandir e já na década de 70 surgem instituições famosas dos EUA para aprofundar o estudo sobre o tema.
Quando falamos de responsabilidade social, já associamos às empresas que ajudam instituições carentes com doações, desenvolvem projetos que ajudem as pessoas necessitadas. Mas o conceito é muito mais amplo do que isso. Não é somente doar materiais e recursos financeiros que uma pessoa estará exercendo a sua responsabilidade social. A empresa, antes de mais nada, deve de maneira ética e transparente, defender acima de tudo os valores e princípios da sociedade, além de criar estratégias e projetos responsáveis que atenda a todos os setores que está relacionada (público interno e externo).
As doações feitas pelas empresas à instituições são ações sociais consideradas filantrópicas (ajudar, dar assistência). Muitas dessas ações são esporádicas, causando uma ruptura na comunidade, já que a empresa não dá continuidade ao processo. Ex.: A campanha do agasalho no inverno.
Em responsabilidade social, a empresa deve buscar de forma estratégica, soluções para atender as necessidades sociais para que tanto o lucro da empresa, quanto o bem estar da sociedade e a satisfação do cliente sejam atendidos, ou seja, tanto sociedade, quanto empresa se comprometem gerando um relacionamento sólido e repleto de benefícios e desenvolvimento da sociedade.
Com as mudanças sociais e tecnológicas ocorrendo no mundo, essa nova forma de pensar, adotada por algumas empresas, tornam-se o seu diferencial e ela se torna mais competitiva frente aos seus concorrentes. Esse novo conceito reforça os princípios éticos, culturais, econômicos e a transparência nas relações sociais e se torna uma nova forma de gestão empresarial que envolve o desenvolvimento sustentável com a utilização do lixo reciclável, a redução na emissão de poluentes e o uso de energias renováveis, como a substituição da energia elétrica por aquecedor solar.
No Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, realizado em 1998, na Holanda, esse conceito foi abordado e inserido na pauta como fundamental para o desenvolvimento econômico dos países em harmonia com a qualidade de vida da sociedade como um todo. Uma forma de responsabilidade socioambiental, sem comprometer um futuros das próximas gerações, é o pensar de modo sustentável.
Para contribuir então de forma efetiva, uma empresa deve pensar em práticas de Governança Corporativa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, é um sistema pelo qual as organizações são geridas, monitoradas e incentivadas no relacionamento entre todos os níveis empresariais para garantir o seu desenvolvimento e preservar os seus princípios. Para tanto, são essenciais a busca de princípios como transparência (disponibilizar a informação certa a todas as partes interessadas), equidade (tratar a todos de forma justa), prestação de contas (se responsabilizar por seus atos e omissões), responsabilidade corporativa (os líderes devem zelar pela sustentabilidade incorporando-a nas operações e nos negócios).
Veja algumas práticas de responsabilidade socioambiental:
1. Cuidar e respeitar o meio ambiente;
2. Planejar ações que incentive o desenvolvimento sustentável;
3. Exercer os princípios de governança corporativa, tanto dentro, quanto fora da empresa;
4. Fazer parcerias com entidades não governamentais, ou seja, criar redes responsáveis;
5. Realização de projetos voluntários ou doações de recursos para a comunidade. Essa ação é chamada de Investimento Social Privado.
No Brasil, a preocupação com a responsabilidade social surgiu na década de 60 a partir de vários movimentos empresariais de incentivo à pratica de ações sociais. Assim, surgiram a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) em São Paulo; a Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES); o Instituto Brasileira de Análises Sociais e Econômicas (IBASE); Grupo Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, dentre outros. Este último, foi uma das principais instituições a promover e incentivar o pensamento responsável dentro das empresas, criando práticas e políticas relacionada aos negócios e trabalhando em conjunto com a sociedade.
A partir daí, várias empresas começaram a criar suas fundações e institutos. Inicialmente, essas práticas foram vistas com maus olhos, uma forma de marketing empresarial apenas para autopromoção. Depois, o conceito foi ajustado, e muitas delas criaram seus projetos e ações e a responsabilidade social passou a gerar um retorno não somente em dinheiro para a empresa, mas um lucro social.